sexta-feira, 3 de junho de 2011

Festejos Juninos a caratér

Após vários meses sem publicar inverdades e sem promover estórias inquietantes, voltamos a esse sítio de improbidade, para denunciar um mirabolante plano estratégico dos facínoras que tanto aterrorizam os cidadãos de bem que fazem parte dessa atual sociedade Mossorosense, opa, o certo, é Mossoroense, desculpem a falta de traquejo.

O que vamos descrever é algo aterrador, mas ao mesmo tempo é uma fonte de inspiração, pois vemos como as mentes dos criminosos clássicos, estão cada vez mais empreendedoras e cheias de idéias boas que infelizmente, são usadas para ficarem a margem da lei e escaparem das ações dos agentes policiais, mas poderiam ser usadas para promover ações de boa índole legal e criar bons frutos como uma boa arvore de tamarineira, que produz tamarindos em abundância para o sertanejo tomar refrescos azedos e cheios de vitaminas.

Mas, chega de atormentos filosóficos e atentem para o fato. Estamos iniciando o período junino e sabemos como são esses períodos no Nordeste. É muita festa de forró que num tem solado de sapatilha que chegue nem tem desodorante que de conta das suvaqueira do povo, bomba bujão, borboletas, chumbinho e traques explodindo e queimando dedo de menino ruim em tudo quanto é canto, peido alemão sendo queimado nos colégios e apodrecendo tudo, muita pamonha, canjica, milho verde cozinhado e queimado, cachaça a fole e um bocado de bebo e beba fedorento no meio do mundo, putaria de tudo quanto é jeito com todo tipo de quenga e corno e assim por diante.  Devemos lembrar que isso é cultura e deixamos claro que apoiamos a cultura popular em toda sua amplitude e complexidade, inclusive acolhendo a suvaqueira, as comidas típicas e os bebo e beba fedorentos que se encontram nas festas desse período.

Além disso, também tem os gaiatos que para não ficarem de fora dos esquemas por falta de dinheiro, resolvem praticar atos ilícitos para curtirem as forras e com isso prejudicam cidadãos de bem que só querem colocar um sapato sovado no pé, levar sua cabocla dançadeira pro forro e entornar cachaça até o c+u fazer bico em homenagem a São João e São Pedro durante as festas juninas.

Para combater esses meliantes, recebemos uma denuncia de um folclórico e extraordinário tocador de sanfona sem dois dedos em cada mão, residente no bairro Alto do Sumaré, de um local que identificamos que é um ponto comercial que está alugando roupas e fantasias para facínoras realizarem assaltos devidamente ocultados por mascaras, boinas, toucas e outros artefatos com adereços juninos, desenvolvidos especialmente para as praticas criminosas desse período.  Após a denuncia, o Burralho entrou em uma ação conjunta com o impreterível José da Cana, pamonheiro de mão cheia, e o sanfoneiro aleijado, fomos ao local informado e logo quando íamos passando em frente, identificamos uma faixa no local com o seguinte anuncio direto e sem pudor, “Alugamos roupas e fantasias para quadrilhas”, em letras garrafais.

Após isso percorremos algumas ruas do próprio bairro Alto do Sumaré e outros em seu entorno e procuramos alguns funcionários e proprietários de estabelecimentos comerciais que foram alvos de assaltos nos últimos dias. Alguns desses estabelecimentos flagraram ações de quadrilhas de meliantes fantasiados com peças ligadas ao período junino e sempre no final, em todas as ações, os comerciantes disseram que os detentores da lei da bala, sem ser de açúcar, deixaram um pedaço de bolo pé-de-moleque sem castanha e dançavam quadrilha junina pra comemorar o sucesso da operação, no local do roubo, antes da fuga.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Aperto e poder na escuridão

Durante duas horas de viajem, após os litros de água com gás digeridos terem sido processados, o organismo solicitou a sangria da bexiga e isso trouxe a necessidade de paralisarmos o percurso em meio a inexatidão da escuridão da estrada. Para aproveitarmos a sensação de abertura de comportas e de liberação dos excessos, todas as luzes foram desconectadas para o grande momento e entre as luzes ofuscantes dos veículos em movimento e os lampejos de tempestade no horizonte, encontramos a temida, mas estonteante escuridão.

Nesse momento, entre duas pedras e alguns arbustos, em um trecho da BR 304, nas alturas da cidade de Angicos, sem nenhuma luz e quando a pressão do deságüe urinário estava nivelada, alguma voz perdida entre os diversos lados escondidos em meio ao pretume total do escuro recitou uma frase intrigante:
- A, escuridão, por não apresenta uma forma material distinta e nos inserir em uma condição de incapacidade para distinguir o que está ao nosso redor torna-se um dos estados físicos naturais que causam mais medo, incerteza e angustia no ser humano, mas, a escuridão é o mais puro e mais energético estado da natureza.

Ao ouvir essas palavras, o primeiro sentimento foi de apreensão, mas logo em seguida o estudioso sem identificação, denominou-se de escurólogo, um estudioso do escuro e de suas nuances e energias. Após, apresentar-se, ele disse que sentiu algumas gotículas quentes de algo parecido com água em parte de suas costas e teve a impressão de ter feito uma descoberta extraordinária e revolucionária sobre a materialização, em forma de água térmica da escuridão, mas após verificar com melhor cautela percebeu que era apenas urina advinda de um ser humano transeunte.

Após, esse primeiro e desastroso contato com o escurólogo, fomos convidados para participarmos de uma experiência e tivemos a oportunidade de presenciarmos um fenômeno único, onde, a fumaça de um cigarro de fumo caipira era controlada por ondas eletromagnéticas geradas somente pela escuridão e após alguns segundos de concentração se desintegravam ou se integravam a escuridão do local.

O estudioso não se aprofundou, mas explicou sua experiência dizendo que na escuridão profunda ondas de eletromagnetismo são geradas por uma força inexistente fisicamente em uma dimensão estável como a que vivemos e que isso pode ser aproveitado para criar portais dimensionais e também teletransportes de alta capacidade. Para não importunarmos, partimos para o restante da viajem e deixamos o grande, ou pequeno estudioso do escuro entre as pedras e os arbustos mijados para que ele possa descobrir a verdadeira força escondida na escuridão.