domingo, 1 de julho de 2012

O que será do sertão?

Mais uma vez, após muito tempo em estado vegetativo, voltamos a esse local concentrado de histórias pitorescas de duplo sentido para relatar mais um fato que insulta a noção de realidade em que a sociedade moderna, rotulada por valores supérfluos, está estruturada.

Com frequência, em andanças e peregrinações, desprovidas de objetivos, pela região semiárida potiguar dos arredores mossoroenses encontramos várias figuras humanas típicas do sertão que acumulam conhecimentos complexos e que são pouco valorizados nas cidades sertanejas onde o que geralmente, se enaltece atualmente, são as coisas que as causam conturbações urbana.

Dentre muitos conhecimentos, alguns sábios matutos, após serem questionados sobre a modificação cultural dos últimos 30 anos na região, retratam fielmente o caos da sociedade sertaneja atual e apontam a corrupção politica de todos os poderes instaurados pelo homem jurídico imposto pela sociedade ocidental, a impunidade dos crimes cometidos com armas brancas e com armas de fogo por homens e mulheres corroídos pela loucura capitalista globalizada, a dependências cada vez maior dos cabeças chatas por entorpecentes extraídos de montanhas andinas, a exitação juvenil promovida pela cultura importada de outras regiões a práticas de sexo indiscriminado fora dos tradicionais cabarés como sérios fatores de risco ao que resta da comunidade do sertão e consequentemente ao próprio semiárido como um local para a vida humana.

Eles dizem que os conhecimentos básico milenares para a sobrevivência sustentável na região estão sendo subjugados por formas de vivências típicas dos povos brancos das regiões frias da parte norte do mundo onde tudo está a beira do caos, como eles próprios relatam em suas produções cinematográficas que chegam as nossas casas como meros filmes de entretenimento.

Além disso, um dos sábios frisou mais alguns pontos importantes que promovem a derrocada atual da cultura sertaneja da região mossoroense e a desvalorização da condição humana e dos costumes sertanejos.

O sábio da mata branca diz que dois processos típicos dessa condição depreciativa cultura é a substituição da cachaça natural de alambiques artesanais pelas cervejas anglo-saxônicas feitas com grãos geneticamente modificados e a expulsão e o esquecimento do tradicional forro de baião das festas sertanejas após a predativa instauração dos impérios dos forrós eletrônicos incrementados por cabeludos com cabelos chapados e que se dizem safadões, sertanejos que usam cortes de cabelo no estilo do finado Elvys Preseley, mulheres exibindo seus corpos esculpidos, com substâncias que não são derivados do puro leite e do queijo do sertão, como meros objetos de desejo em palcos repletos de máquinas que refletem leds e fumaça entorpecente.

Após isso, o sábio se despediu e disse que tinha que ir e que não podia mais prozear pois já estava na hora de comer sua rapadura com o remédio que o médico de coração tinha passado para apaziguar a sua ansiedade causada pela doença dos cascos do seu jegue de estimação que estava participava de corridas em troca de prêmios em farinha, feijão, cachaça e mato fresco pra consumo imediato pelas reis.

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